18/01/2024
  • Nomad
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    Prática intencional 

     

    Um Texto de: Felipe Sales

     


  • A grande maioria das pessoas compartilha de um objetivo em comum, que parece ser algo de consenso social, que é a vontade de ir à frente, de melhorar, de fazer algo bem feito. Essa vontade é quase como um instinto básico humano e que nos fez chegar aonde chegamos hoje, em uma sociedade autossuficiente, com calorias disponíveis em fácil acesso, segurança, lazer, informação e trabalho. Alguns atingem o posto mais alto na cadeia de comando daquilo que se dispuseram a fazer como profissão, e, sinceramente, acho que temos muito a aprender com aqueles que dominam qualquer campo de atuação. 

     

  • Uma habilidade em comum que todas as pessoas que se expressam em alta performance possuem é a capacidade de melhorar, ou de ‘’aprender a aprender’’ com um nível maior de eficiência. Quando iniciamos uma atividade intelectual ou física buscamos entender o contexto das informações que recebemos através dos nossos sentidos: a visão, o olfato, o tato, o paladar e a audição. Com isso você é capaz de identificar uma situação de perigo, de estresse, ou também uma situação de conforto, com dominância da técnica produzida. O fato de uma atividade ser tediosa ou interessante depende muito da demanda técnica exigida para a execução da tarefa proposta. Por isso saber regular o nível de demanda para que a exigência seja o suficiente é essencial ao modo como você utilizará a sua atenção, procurando pontos falhos, evitando erros, como se aquilo fosse a coisa mais importante do mundo naquele momento. Esse modo de treinamento é chamado de prática intencional, ou Estado de Flow. 

     

  • Para alguns atletas, um certo nível de perigo pode ser importante para se chegar nesse estado, sendo o perigo o próprio gatilho. É dessa maneira que os atletas de esporte radicais conseguem quebrar recordes pessoais com tanta frequência, com um nível de prática e uma dose ideal de desafio, progressiva, quase como uma periodização esportiva de treinos. Em contrapartida, entrar em uma atividade com pouco nível de exigência é entediante e não te exige o mínimo suficiente para que você chegue ao próximo nível. 

     

  • Mas a lição que fica é a seguinte: domine a sua sessão de treino mesmo naqueles dias onde você se sente pouco desafiado. Procure sempre pelo detalhe da melhora que te exigirá uma atenção focada e presente no momento. O que era para ser uma sessão aeróbia em baixa intensidade, uma pintura matinal, ou uma aula do cotidiano pode se tornar uma fonte de desenvolvimento inesgotável através da sua própria intenção de querer ser melhor naquilo que você se propôs a fazer. 

     

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