19/07/2023
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    Hannah Oliveira, tem 27 anos, é engenheira civil e pedala há 3 anos. Uma "ciclista da pandemia"como ela mesmo brinca. Mas mesmo com, relativamente, pouco tempo de ciclista, Hannah já vem adquirindo um bom repertório de pódios e provas e, cada vez mais conquistando seu espaço no mundo do ciclismo.

    O que começou com pedaladas casuais na lagoa da Pampulha, um dia se tornou um desafio pessoal. Em um desses pedais, Hannah, começou a se perguntar se ela conseguia alcançar mais Km's e nesse momento de desafio, ela percebeu a sensação de liberdade, identificação e desafios que só a bike pode proporcionar. E foi assim que a paixão começou rs.

     

    A Hannah, além de ser atleta, já foi modelo de algumas campanhas aqui da Nomad, e a partir desse contato, vimos que ela compartilha de vários ideiais  que, nós aqui da Nomad buscamos: A vontade de sempre ir mais longe, o espírito explorador e o senso de comunidade, para citar alguns. 

    Trocamos uma ideia com ela sobre, ciclismo, performance, a presença da mulher no esporte e muito mais. Vem conferir!

     


     

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    Como você se sente em relação ao papel das mulheres no ROAD e quais desafios você enfrentou ao longo da sua carreira?

     

    Com tempo, dedicação e acesso à informação buscamos nosso espaço. Devemos começar eliminando as comparações generalista no esporte e nos ambientes que estamos inseridos, sempre somos comparadas aos homens, sabendo que o esporte se diferencia por várias características, físicas, comportamentais, emocionais, etc. Recebemos comentários como “você está andando igual homem” ou “tem homem que não vai conseguir andar com você” quando está andando “bem”, discordo desse papo, até mesmo quando entram em comparativos do mesmo gênero, a performance vai muito além.

    Acho que o papel das mulheres no ciclismo ou em qualquer outro esporte que ela pratica depende do seu objetivo, do que busca como performance.

    Quando comecei, participei de eventos que o quórum feminino não era 5% da quantidade do público masculino, mas isso não deveria ser um motivo para dar abertura para os organizadores reduzirem prêmios em relação ao masculino, na verdade, deveria ser o motivo de fortalecer quem está presente e propagar para trazer outras mulheres. Nesses últimos anos tivemos um aumento no público feminino, tivemos um campeonato brasileiro onde a quantidade de mulheres inscritas na prova de contrarrelógio (é uma modalidade do ciclismo), foi praticamente igual a quantidade masculina.

    Desde quando comecei, me coloquei no papel de buscar participar dos eventos e fomentar o esporte, compartilhando vivências, participando dos eventos e tentando incentivar outras mulheres a estarem presentes. Tive a oportunidade de trabalhar junto a marcas que valorizam o ciclismo feminino, como a Cervejaria 040, que levou mulheres de Minas para grandes provas amadoras aqui no brasil e a Estiloventura que 90% da sua equipe é feminina. 

    Compartilho aqui com vocês nomes de mulheres que me inspiraram e que se posicionando de forma agregadora para todas nós: Gisele Gasparotto, Priscila Benicio, Marcella Toldi, Cris Silva , Alice Mello, entre outras. 

     

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    Quais são os principais aspectos da sua rotina de treinamento que contribuem para o seu sucesso como ciclista?

     

    Antes de responder os aspectos, deixo claro que o “sucesso” é o bom resultado correspondente aos objetivos individuais que você traçou, cada um vai ter uma representação de sucesso ok? Rs

    Sou engenheira civil de obra, onde os horários são restritos, moro em outra cidade, o que é normal na área, mas sigo a constância nos treinos dentro das minhas grades de horários estabelecidas. 

    Disciplina, determinação são aspectos fundamentais para que o foco no objetivo seja mantido, seja lá qual for o seu. Sempre tive uma rede de apoio (família, treinadores, personais) que me auxiliam na orientação, planejamento e acompanhamento dessa rotina. Como não sou profissional do ciclismo, sou uma atleta amadora que busca performance, a flexibilidade e adaptabilidade da rotina também são importantes nesse processo para os ajustes necessários.

    O sucesso de cada um é bem relativo, dentro do que você se propõe, tente dar o SEU melhor, sem comparações com resultados de outras pessoas, afinal a rotina e carga do dia a dia de cada um são bem distintas. Se afaste de informações ou pessoas que não irão agregar positivamente.

     

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    Quais foram os momentos mais marcantes da sua história com o ROAD até agora?

     

    Hoje parando para pensar o que iria responder, me veio momentos especiais que me motivam até o momento.  Voltando lá no começo, meu gatilho e paixão pelo ciclismo vieram das primeiras pedaladas na lagoa da Pampulha, perto da minha casa. Saí um dia com a bicicleta do meu pai, demorei quase 3 horas num bate-volta na Lagoa da Pampulha, quando cheguei em casa meu pai estava preocupado e assustado me esperando. Demorei além do tempo combinado, mas o motivo foi que a cada km rodado, eu pensava: consigo mais? Para mim naquele momento era muito, mas me veio a sensação de liberdade, identificação e desafio que só a bicicleta pode dar. Daí, começou minha relação com a bicicleta.

    Após 3 anos, posso falar que o caminho ainda é longo, mas que consegui conhecer lugares, pessoas, experienciar momentos e evoluir muito como atleta. 

    Alguns desses momentos são tão marcantes que as vezes nos dão outra direção, nos fazem refletir e mudar a rota. Competi o Campeonato Mineiro de 2020 com 5 meses de iniciação na Road, já tive prova em que caí, me recuperei e subi ao pódio, prova em que abandonei por não saber dosar as energias, prova em que o guidão da bike quebrou no dia anterior e tive que competir com a bike da organização e o mais recente foi me aventurar no Campeonato Brasileiro de Estrada Elite (Meu Deus, que experiência maluca - em outra oportunidade conto pra vocês, longa história vividas em 3h rsrsrs)

    Sempre me desafio, isso vem do meu perfil detalhista de querer fazer da melhor forma tudo que me proponho, mas sei também que junto da vontade de trilhar qualquer caminho, é necessário levar junto a consciência e a calma, tendo sempre comigo a simples frase que resume tudo “PASSO A PASSO”.

    Cada prova é única, cada momento é único e os sentimentos extraídos delas também; as vezes temos um ótimo resultado e nos frustramos com a performance, em muitas delas oferecemos o nosso máximo, saímos satisfeitos, mas o resultado não vem. No fim o que importa mesmo é sua satisfação pessoal.

     

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    Como você equilibra os treinos intensos com outros aspectos da sua vida, como trabalho, estudos ou família?

     

    Tenho na cabeça que hoje o trabalho é o que financia o meu propósito que é a performance no ciclismo. Sou engenheira civil de obra, onde os horários são restritos, então tento aproveitar ao máximo os momentos que restam para treinar e matar a saudade da família. Durante a semana é Treino p/ Trabalho e Trabalho p/ Treino, aos finais de semana após o pedal busco descansar o corpo e visitar minha família já que moro em outra cidade por conta do trabalho.

    Os amigos fora bike o contato é raro no dia a dia =( (mas amo vocês) . Abro mão de muitos convívios sociais “comuns” para que a rotina de treinos não seja impactada, mas essa foi minha escolha, então o foco está nela.

    Enfatizo que cada indivíduo tem suas demandas, adversidades, horários, e vários outros pontos que possam dificultar. Se possível, busquem profissionais para conseguir extrair o melhor dentro da sua realidade e tempo proposto.

     

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    Quais foram as maiores lições que você aprendeu ao longo da sua jornada no ciclismo?

     

    Independente da sua modalidade e o uso que faz com a bicicleta, temos uma comunidade grande, unida e que todos tem o mesmo sentimento pelo esporte. 

    Busque aprender com seus erros e frustrações, são nesses momentos que mais crescemos, tente encontrar uma maneira de fazer melhor, aprender a rir de você mesmo e se levar menos a sério. Conheça seus limites e divirta-se no caminho, você está fazendo algo extraordinário que muitos não são capazes de fazer.

    (ainda estou trabalhando esses aspectos rsrsrs)

     

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    Como você lida com os desafios físicos e mentais que surgem durante as competições?

    Tento ao máximo trabalhar minha resiliência e limites. Acredito que esses desafios aprendemos a lidar vivenciando, tendo apoio profissional e aprendendo após as reflexões necessárias. 

     

    Quais são as suas estratégias para se manter motivada e focada em alcançar seus objetivos no ciclismo?

    Você tem que aprender a amar o processo e desfrutar, porque será tudo muito desgastante e desafiador, é importante também comemorar as pequenas vitórias e se recompensar por elas (principalmente com comida -  já que nos limitamos tanto em vários momentos kkkk).

     

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